Mês: março 2022

Autoconsciência étnica conquista cidadã

Postado em

Notícia comentada para Red Pam amazónica – 30.03.2022

Os povos amazônidas são em grande parte mestiços entre indígenas e brancos, indígenas e negros, indígenas e nordestinos. Mas a cultura dos ancestrais mantém os costumes fortes entre os 26 milhões de moradores da região amazônica. Alimentação, linguagem, cuidado com matas e rios.

Porém, o colonialismo português criou um contraponto grave de preconceito ao indígena, considerado pelos invasores como preguiçosos, ignorantes que não sabiam explora a terra. Tal preconceito levou a que muitos mestiços se envergonhavam de serem descendentes indígenas.

Já no final dos anos 1990 tal preconceito começou a mudar aqui na região de Santarém e também em toda a Amazônia. Frei Florêncio ofm, formou-se em antropologia nos anos 1990 e ajudou a mudar o conceito. Sendo ele um indígena do rio Tapajós, voltou da universidade firme na militância em defesa  da cultura indígena. Passou a visitar as comunidades ribeirinhas do Baixo tapajós e a desfazer o preconceito. Pouco a pouco, algumas famílias passaram a pesquisar seus antepassados e a se reconhecer como indígenas. A aldeia taquara em 1998 foi a primeira aldeia a se reconhecer como povo indígena. Segundo frei Florêncio, já nas comemorações dos 500 anos da invasão portuguesa ao Brasil, na região já se organizavam 10 povos indígenas auto assumidos.

Hoje cerca de 7 mil indígenas auto assumidos vivem em 70 aldeias no baixo rio Tapajós. São 13 povos distintos se identificando como povo Tapaiú, arapium, Cara Preta, Maitapu, entre outros.

Estes povos estão distribuídos entre a Resex-Tapajós Arapiuns (margem esquerda do Tapajós), no Planalto Santareno (margem direita do Tapajós) e na cidade de Santarém. Estão organizados em dois grupos, Povo Tupinambá que une 25 aldeias e Conselho indigenista tapajós Arapiuns, que une a maioria dos povos indígenas.

Esses povos indígenas lutam pelo reconhecimento de seus territórios. O que causa um problema a mais, já que eles vivem em comunidades ribeirinhas onde parte das famílias não se reconhecem indígenas. Isso gera conflito, pois se as terras forem reconhecidas como terra indígena, os não indígenas poderão ser considerados estranhos. Mesmo assim, hoje é um avanço de cultivo de identidade coletiva na região.

A militância vai acontecendo e alimenta esperança

Postado em

Análise da semana Nossa Voz é Nossa Vida 27.03.2022

Bom dia ouvinte. Hoje estamos sem a presença do pe. Guilhermo, que coordenava esse importante programa da pastoral social. Ele deixa nossa arquidiocese e viaja de vez para sua terra Colômbia. Perdemos um bom companheiro de fé e de luta social. Jesus o acompanha em sua nova tarefa evangélica.

Antes de sua partida amanhã, nos deixou um legado escrito.  Um Relatório sobre Agrotóxicos no Planalto santareno. Para você ter uma ideia da importância desse relatório, escute aqui títulos dos capítulos das 117 páginas:

Desenvolvimento de um modelo hegemônico da monocultura da soja;

Políticas públicas e incentivo ao agronegócio;

Impactos na posse e uso da terra

Expulsão da terra e ameaças

Impactos no modelo de agricultura tradicional

Impactos nas mudanças na paisagem, perda das “florestas de alimento” e do “bem viver” amazônico… E seguem mais outros temas bem analisados.

Escute o que ele escreveu na introdução: “Este relatório é um esforço de entender a complexidade de efeitos, pelo crescimento do uso de agrotóxicos na vida da população residente na região do planalto santareno. Para tanto, é dividido em duas partes: a primeira visa trazer indicações de pesquisas e dados compilados por especialistas sobre os efeitos dos agrotóxicos e sobre o contexto do planalto santareno, procurando traçar caminhos para a compreensão do que significa toda problemática; a segunda  parte traz depoimentos de agricultores familiares sobre as consequências do uso de tais substâncias  nas suas vidas, trazendo dramas reais, para aproximar  o leitor dos desafios que os moradores das comunidades rurais do planalto enfrentam cotidianamente”. Pe. Guilhermo Grisales

Em breve este relatório vai chegar em PDF para melhor entendimento desse grande desafio em nossa região.

Agora outra situação analisada. Na quinta-feira passada estive na área pastoral no interior de Monte Alegre, na comunidade Centro Grande. Ali tivemos um diálogo sobre a conjuntura regional social e da Igreja. Foi um encontro alegre, interessado e bem produtivo. Seu pastor pe. Antônio Jorge está bem entrosado com seus discípulos/as e fiquei com o sentimento que naquela área o profetismo vai crescendo. Mas no retorno para a balsa, o motorista me informou de mais um desastre em andamento naquela região, a invasão dos sojeiros. Gente de fora tem chegado, na área ao longo da rodovia, comprando as terras, ainda com matas e começam a destruir tudo para plantar soja e milho. Isso será menos feijão e arroz, menos mandioca e menos alimento para nossa região. Tudo para vender para China, Europa e Oriente médio. Ninguém, reage, nem prefeito, nem vereadores, nem deputados, nem governos. E assim vai sendo destruída a agricultura familiar.

Outra situação para partilhar, ouvinte, desta vez algo muito positivo. No final da semana passada aconteceu um curso sobre militância popular em defesa do território tapajônico. Faz parte do plano da Escola de formação de militantes sócio ambientais da Amazônia, sob coordenação do Movimento Tapajós Vivo. 20 líderes de movimentos populares do Baixo Tapajós e do Movimento Juruena Vivo do Mato Grosso, usufruíram dos estudos de 4 dias. O módulo encerrou com uma ação em frente ao rio tapajós, no dia da água, celebrativo e denúncia pelas violências ao belo rio. O mesmo grupo de estudantes terá uma segunda etapa de aprofundamento no mês de maio.

Outro assunto que merece sua atenção. A disputa pelo território da gleba Lago Grande vive intenso momento. Ambições de lucro fácil, tanto da mineradora ALCOA, como do agronegócio. Tentam destruir o assentamento agroextrativista da gleba. Por isso, as lutas dos e das militantes em defesa do território ganham mais um apoio oficial. O Ministério Público Federal convoca uma audiência pública pra os dias 24 de abril e 02 de maio, em duas comunidades dentro da gleba Lago grande. Nas próximas semanas daremos mais detalhes dessa importante audiência pública.  Fiquem atento pois, povo unido vence batalhas e guerras.

Amazônia legal para quem e quando?

Postado em

Editorial RNA 21.03.2022

Não se meta na minha vida, não me meto na sua; eu sei o que estou fazendo. Assim reage um individualista nos tempos de hoje. Assim acontece na guerra da Ucrânia, nos garimpos na Amazônia, no projeto da ferrovia dos sojeiros, a chamada ferrogrão.

Nestes dias, num individualismo coletivo, se é possível isso, políticos ligados ao agronegócio, estão criando no Congresso Nacional, um projeto de lei retirando os Estado do Mato Grosso da Amazônia legal. Vamos entender o que está por trás dessa jogada Malandra dos políticos do centro oeste.

Primeiro, Além do Mato Grosso, que possui metade do seu território no bioma amazônico, a Amazônia Legal é composta por Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Portanto metade do grande Estado do Mato Grosso está dentro da Amazônia legal. Já houve um tempo que não pertencia ao nosso bioma. Mas durante a ditadura militar, para usufruir das isenções ficais na Amazônia, assim como foi a criação da Zona Franca de Manaus, os empresários do Mato Grosso, requereram e eles passaram a usufruir das isenções fiscais da Amazônia legal.

Quando é agora, os interesses dos plantadores de soja e milho do Mato Grosso, querem invadir mais a floresta amazônica. Porém, há uma lei na Amazônia legal exigindo que só se pode derrubar 20 por cento de floresta de cada lote. Como os donos do agronegócio do Mato Grosso, querem invadir mais do que já fizeram, por isso, inventam nova lei federal para se retirar da Amazônia legal. Se fosse para plantar mais mandioca, feijão, arroz e hortaliças para nosso mercado, ainda justificava, mas é para aumentar plantio de soja e exportar para o estrangeiro ganhando mais lucro.  Enquanto devastam mais floresta aqui, eles só plantam para exportar para Europa e China. Por isso, utilizam políticos oportunistas para tentar criar nova lei, derrubando a anterior. E arrotam o seguinte: “não s metam na nossa vida, pois sabemos oque queremos”.

Papa Francisco convoca revisão geral da caminhada e testemunho da Igreja no mundo

Postado em

Análise da semana Nossa Voz é Nossa Vida 20.03.2022

Bom dia ouvinte, ontem foi o dia de são José, padrasto de Jesus de Nazaré. Levando em conta o lema da CF deste ano, “Falar com sabedoria e ensinar com amor”, fico a pensar: que tipo de educação José deu ao garoto Jesus, seu enteado? Por aquilo que foi o rapaz aos 28 anos, que saiu pelas comunidades confiante de ser um missionário de Deus, profeta da solidariedade com os necessitados e rebelde com a religião oficial falsificada, certamente que Jesus recebeu uma educação bem na base de sabedoria e amor de seu padrasto. Concorda?… O que é falar com sabedoria hoje?…

Por levar a sério este lema da CF, pergunto a você ouvinte: que acha de o prefeito de Santarém convidar o ainda presidente Bolsonaro, para vir a Santarém, inaugurar a nova orla iluminada da cidade? Faz sentido? Pelo que se ouve, quem ajudou o prefeito a vitalizar a orla foi o governador do Pará, com dinheiro do Estado. Por que convidar alguém que, além de não ter bancado a obra, ainda é contra vacina para crianças, é estimulador de invasão de terras indígenas e outras decisões que prejudicam nosso povo? Estranho esse convite para Bolsonaro vir a Santarém daqui a pouco, não acha?

Agora uma outra reflexão: espero que você esteja sabendo que o nosso Papa Francisco está certo de sua colaboração, ouvinte. Ele vai reunir os bispos do mundo todo em 2023 lá em Roma. Mas ele não quer escutar apenas os bispos, quer escutar os e as leigas. Ele está preocupado com o enfraquecimento de testemunhos da Igreja na sociedade, tanto na Itália, como na África, e em nossa América latina, no mundo todo.

Daí que ele está convocando vocês leigos e leigas a dizerem o que sentem que está acontecendo. Primeiro: que está indo bem em nossa arquidiocese, incluindo sua comunidade, que é seguir o que Jesus fez e ensinou com as bem aventuranças? Também para vocês leigas e leigos dizerem o que acham que não está indo bem em nossa arquidiocese e que revela fraqueza de nossa fé? e por fim, o que vocês acham que precisa mudar para nossa Igreja Católica ser sal e luz de vida humana e solidária na sociedade…

Então, ouvinte que segue nossa Igreja, pergunte a seu vigário e equipe catequética, como encontrar o questionário da escuta do povo de Deus. Você pode responder em família, no seu grupo de oração, CEB, grupo de jovem, até individualmente, se não estiver ligado a algum grupo. Mas não fique por fora. Desta vez o Papa quer escutar os e as leigas, da arquidiocese de Santarém (incluindo Belterra, Mojuí, Monte Alegre, Várzea, Comunidades do Planalto) e também diocese de Óbidos, Itaituba e todas do Brasil, da África, Europa e demais dioceses do mundo. Entende? É sua vez de dizer o que sabe e o que entende que precisa mudar para melhor seguir Jesus. Não fique de braços cruzados, cobre de seu vigário e catequistas o questionário e responda com seus irmãos/ãs na fé.

Como estamos em tempo de CF cujo tema é Fraternidade e educação, cujo lema é: falar com sabedoria e ensinar com amor, então vamos aprender melhor a fazer isso, a partir dessa preparação para a festa da ressurreição de Jesus, garantia de nossa própria vida eterna, certo?

Agronegócio não quer mais Mato Grosso na Amazônia legal. Por quê?

Postado em

Notícia comentada para Riomar 21.03.2022

Bom dia manauara e demais ouvintes da Riomar neste tempo chuvoso de março. Não reclame, porque estamos em pleno inverno amazônico.

Agora, escute essa informação que vem de Brasília e parece piada de mal gosto. Os políticos do Mato Grosso estão criando no congresso nacional um projeto de lei retirando os Estado do Mato Grosso da Amazônia legal. Algum ouvinte desinformado, ou só preocupado com arranjar um ganha pão para hoje, pode até dizer: o que eu tenho a ver com isso?  Pois é, mas tem sim a ver com o possível desligamento do Estado do Mato Grosso de nossa região. Vamos entender o que está por trás dessa jogada dos políticos de lá. Primeiro, Além do Mato Grosso, que possui metade do seu território no bioma amazônico, a Amazônia Legal é composta por Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Portanto metade do grande Estado do Mato Grosso está dentro da Amazônia legal. Já houve um tempo que não pertencia ao nosso bioma. Mas durante a ditadura militar, para usufruir das isenções ficais na Amazônia, assim como foi a criação da Zona Franca de Manaus, o pessoal do Mato Grosso, requereu e foi incluído nos benefícios ao ser aceito na Amazônia legal.

Quando é agora, que os interesses dos plantadores de soja e milho do Mato Grosso, querem invadir mais a floresta amazônica e tem uma lei que aqui só se pode derrubar 20 por cento de floresta de cada lote, os donos do agronegócio do Mato Grosso, já querem invadir mais do que já fizeram, por isso, querem se retirar da Amazônia legal. Se fosse para plantar mais mandioca, feijão, arroz e hortaliças para nosso mercado, ainda justificava, mas é para aumentar plantio de soja e exportar para o estrangeiro ganhando mais lucro.  Enquanto você, ouvinte, se quiser comer arroz, tem que comprar do importado que vem do sul com agrotóxico, se quiser comer tomate, compra do que vem do sul cheio de veneno agrícola. Acha justo isso? Enquanto devastam mais floresta aqui, eles só plantam para exportar para Europa e China. Será que você é um daqueles ignorantes que dizem que não tem nada a ver com isso?

O que tem a ver guerra na Ucrânia com explorar minérios em terras indígenas?

Postado em

Análise da semana 13.03.2022

Bom dia ouvinte, gostaria muito de saber quem está ligado nesta manhã no programa Nossa Voz é nossa Vida. Você poderia mandar mensagem aqui pra Rádio Rural, ou para meu watzap 91826398? Vou repetir, pegue um papel e caneta 91826398. Vou aguardar.

Vivemos um tempo muito angustiado por vários motivos. Precisamos de confiança em Jesus, que enfrentou momentos muito graves em sua vida aqui na terra, mas como conta o evangelho de hoje, ele sabia que era o filho amado do Pai Eterno. Ele animava seus seguidores dizendo a eles e a nós: Quem me vê, vê o pai, não esmoreçam, que estarei com vocês sempre.

As guerras continuam e os pobres pagam o preço em todas elas. Lá na Ucrânia, enquanto os gringos norte americanos atiçam os europeus a pressionarem os russos, o ditador Putin manda bombardear a vizinha Ucrânia. Mais de dois milhões de moradores já abandonaram seu país, fugindo da guerra. Quem ganha e quem perde com as guerras? O povo certamente que não ganha. Está muito grave na Ucrânia e pode ficar ainda pior.

Também nossa Amazônia vive outra guerra terrível. O governo Bolsonaro despreza os povos da Amazônia. E os políticos em sua maioria também dão mais valor a empresários do que aos seus eleitores, afinal quem vota e elege deputados e senadores são a maioria dos eleitores que são pobres, empregados, ribeirinhos, indígenas, jovens, mulheres.

Veja mais uma guerra dos políticos e Bolsonaro contra nós da Amazônia. Dois casos pra compreender esse desprezo. O preço do gás de cozinha deve estar em 112 reais o botijão de 13 quilos. Como a maioria da população hoje usa gás na cozinha, a carga maior será para os pobres. Por que o presidente Bolsonaro não usa seu poder para baixar os preços dos combustíveis?  simplesmente ele disse que nada pode fazer. Não pode porque está submisso aos donos da Petrobrás. Então subindo os preços do gás e da gasolina vão subir mais ainda os preços do açúcar, feijão e necessidades dos pobres. Mas me diga, como ainda tem gente que apoia o Bolsonaro?

Aí chega outra desgraça pra nós. Sem discutir com a sociedade, sem perguntar a nós se concordamos com uso de veneno agrícola nas plantações e se concordamos com os garimpos destruindo o rio tapajós, foi aprovado na Câmara federal o Projeto de Lei que libera mineração, garimpo, plantio de TRANSGÊNICOS como a soja, a PECUÁRIA e ainda hidrelétricas. Garimpo e o agro estão na base de sustentação do governo Bolsonaro, que se dedicou a forçar o plantio de soja e expandir o garimpo em terras indígenas. Segure sua indignação ouvinte e escute quem dos 17 deputados federais do Pará  votaram a favor da lei de mineração. Preste atenção nos nomes porque eles se dizem representantes nossos lá em Brasília. Quem votou a favor da destraçada lei:

 Celso Sabino (PSL-PA)- Cristiano Vale (PL-PA) -Deleg. Éder Mauro (PSD-PA) – Joaquim Passarinho (PSD-PA) -José Priante (MDB-PA) –
Júnior Ferrari (PSD-PA) -Nilson Pinto (PSDB-PA) -Paulo Bengtson (PTB-PA). Grave esses nomes que aprovaram a garimpagem e também já aprovaram a lei do agrotóxico nas plantações. Não esqueça esses nomes e outros mais, que mesmo ainda não sendo deputados mas apoiam essas leis desgraçadas. Também vamos ver quais senadores do Pará vão votar daqui a pouco apoiando as mesmas leis criminosas.

Toda pessoa que é batizada em nome de Jesus, tem que ser como nosso mestre, que na sua missão na Galileia mostrou que a salvação é para os pobres e os que defendem a justiça e a solidariedade. O cristão não pode agir contra a missão deixada por Jesus. Os políticos sejam municipais, estaduais e nacionais, não podem ser infiéis ao caminho de Jesus. Quem é infiel já se condena por si mesmo.

Estado do Amazonas tem petróleo e refinaria, mas a gasolina está em 7,59 reais o litro Por quê?

Postado em

Notícia comentada para Riomar 14.03.2022

Bom dia ouvinte, e agora que a Petrobrás não é mais empresa nacional pertence a acionistas, que fazer? Gasolina em Manaus passou para 7 reais e 59 centavos o litro, ou mais. O gás de cozinha já é vendido a 120 reais o botijão, assim da noite para o dia. Ouvinte, você não tem nada a ver com isso? Bolsonaro disse na semana passado que não pode fazer nada para impedir a subida dos preços dos combustíveis. Por que não? Se ele é o presidente da república e a Petrobrás é do Brasil e o país extrai quase um milhão de barris por dia, por que o preço dos combustíveis sobe tanto?

Sabe o que é mais escandaloso dessa marmelada? É que o Estado do Amazonas tem os poços de petróleo em Urucu e uma refinaria em Manaus. Como admitir que não se pode fazer nada para baratear o preço dos combustíveis? como é que na Venezuela o preço da gasolina é 20 vezes mais barato do que em Manaus? Lá o petróleo é nacional e a gasolina é beneficiada no próprio país, como em Manaus também, cuja refinaria tem capacidade de refinar cerca de 46 mil barris por dia.

Uma das razões de o consumidor de Manaus, estar pagando a escandalosa tarifa de 7 reais e 59 centavos por litro de gasolina e 120 reais por botijão de gás, é que embora o petróleo seja extraído do sub solo nacional e as refinarias tenham sido antes da nação brasileira, hoje estão todas nas mãos de empresas privadas. A refinaria de Manaus, que era da Petrobrás, hoje pertence a uma empresa privada, vendida no ano passado pelo governo Bolsonaro.

Então ouvinte, botar a culpa do escandaloso preço da gasolina na guerra da Ucrânia, ou na subida do dólar, é mentira pra enganar os desavisados. Você e eu estamos pagando mais caro o quilo do açúcar, do feijão e das mercadorias, porque os combustíveis estão no preço que estão e nosso país não tem governo defensor dos trabalhadores e dos pobres. Se nós continuarmos conformados com tudo isso, se achamos que não tem jeito, vamos padecer até quando? Conformismo é escravidão voluntária, e nos torna indignos brasileiros. É preciso reagir.

Guerra na Ucrânia desculpa para aprovar lei de invasão em terras indígenas

Postado em

Notícia comentada para Red Pam 10.03.2022

Há uma música popular que canta assim: o brezil está destruindo o brasil… é uma triste realidade. O presidente Bolsonaro procura qualquer pretexto para estimular a invasão dos territórios indígenas e entregar às mineradoras e ao agronegócio. Depois de ir a Moscou abraçar o governante Putin e se meter em confusão com presidente norte americano, agora ele cria outro problema. De acordo com o site observatório da mineração. A última estratégia de Jair Bolsonaro é usar a guerra na Ucrânia, como chantagem para forçar a aprovação do Projeto de lei que libera mineração, agronegócio e obras de infraestrutura dentro de terras indígenas.

Segundo declarações recentes do presidente, a guerra seria uma “oportunidade” para legalizar a exploração em terras indígenas, usando como argumento a dependência externa que o Brasil tem de fertilizantes, importados em grande parte da Rússia e da Bielorússia.

Os territórios indígenas são as áreas ainda protegidas na Amazônia.  São mais de 150 povos originários protegendo a floresta na região. Além destes há cerca de 90 povos isolados, que protegem ainda mais a natureza.

Desde que a Amazônia deixou de ser considerada inferno verde habitada por mosquitos e cobras venenosas, se tronando o eldorado do extrativismo, ampliou a destruição ambiental. Vieram os projetos de hidroelétricas, rodovias e a invasão do agronegócio e mineradoras.

O atual presidente desde o início vem trabalhando para acabar com os povos indígenas. Agora, como o agronegócio brasileiro depende de fertilizantes, que eram importados da Rússia e bloqueados por causa da guerra, Bolsonaro insiste que se aprove rapidamente o projeto de lei que abre caminho para entrada em territórios indígenas para extrair potássio, ingrediente importante para preparo de fertilizantes. Pela sua história anterior Bolsonaro, sabendo que perderá o cargo nas próximas eleições, pretende legalizar antes disso, a destruição da proteção dos povos indígenas. Uma atitude desesperada de um genocida em fim de mandato.

Como hoje falar com sabedoria e ensinar com amor?

Postado em

Análise da Semana Nossa Voz é Nossa Vida 06.03.2022

Bom dia ouvinte com chuva e com sol. Não podemos reclamar da chuva pois, março é o centro do tempo dela, ainda mais agora que as agressões à natureza estão mudando o ritmo do clima. Hoje vamos partilhar com você duas situações que precisamos aprofundar o entendimento para uma boa prática.

A primeira é a Campanha da fraternidade que nos convida a compreender melhor a questão da educação, como sugere o lema: “Fala com sabedoria e ensina com amor”. Esse assunto chega em boa hora e precisamos  encarar com seriedade, tanto nós padres, pastores do povo de Deus, como vocês pais e mães, que tem responsabilidade bem próxima, pelos filhos e filhas que geraram.

Começo por mim, filho de uma família pobre de Belterra. Sou o que sou, graças primeiro à educação e cuidado que praticaram papai e mamãe. Antes de eu ir pra escola, já aprendia a ser solidário e gostar de estudar, pela forma como os dois cuidavam de nós os filhos.

Falar com sabedoria e ensinar com amor, é um recado especial para você que é pai e você que é mãe. Não é fácil, mas é o caminho de ajudar seus filhos/as a serem gente de bem, honestos e solidários. Concorda? Como a quaresma é um tempo especial de avaliação e revisão de vida para corrigir os erros e retomar a vida cristã, isso inclui a questão da educação.

Aliás, esse recado é também para você professora/or e pra nós padres e pastores: falar com sabedoria e ensinar com amor, certo? Aproveitemos para avaliar nosso modo de falar e ensinar. Já a escola onde estudam crianças e jovens em nossa região e no Brasil todo, anda numa decadência séria, exatamente nas questões de falar sabedoria e ensinar amor. Isto porque os setores de educação, de um lado não valorizam os educadores. Veja a diferença de remuneração entre um vereador de Santarém, e uma professora municipal. Ela recebe em torno de 3.500 reais para trabalhar a semana toda e ele recebe 11 mil reais para três dias de trabalho. Você acha justo isso? Como falar com sabedoria e ensinar com amor?

Outro assunto que merece nossa reflexão hoje é sobre a guerra na Ucrânia, você tem ouvido falar? O que nós temos a ver com aquela grave situação? Sermos solidários com os que sofrem os horrores das bombas, embora pouco podemos fazer para ajudá-los. Mas temos que levar em conta duas consequências que podem nos atingir. Uma é sabermos que essa briga de dois cachorros pitbul, no caso, Norte América e Rússia, mesmo longe de nós podem nos sacrificar, caso decidam explodir bombas atômicas, que vão esbagaçar a terra toda e nós dentro. Mesmo que eles não explodam bombas, a guerra já está prejudicando todo mundo e nós também. Por causa da briga deles, o preço dos combustíveis já vai subir novamente e com isso, sobem os preços das mercadorias e passagens. Não podemos ficar desligados pensando que por ser uma guerra longe daqui, não nos interessa. Saiba que quando dois pitbuls se agridem todos nós sofremos consequências.

Se os norte americanos provocaram os russos e estes reagem violentos, não só os pobres da Ucrânia pagam o preço, mas todos sofremos consequências. Por isso, junto com o Papa Francisco, rezemos para Deus dar juízo aos em guerra, também cuidemos para parar a guerra que o ainda presidente Bolsonaro está causando a todos nós na Amazônia. Como afirmou na última sexta feira, o economista Aluísio Mercadante  “Enquanto Bolsonaro aproveitou as férias para passear de jet-ski no litoral paulista, isolado e alheio à conjuntura geopolítica global, o avanço da guerra na Ucrânia e as medidas de retaliação à Rússia apresentam grandes desafios para a economia brasileira”. Não podemos desligar do que acontece aqui e no mundo.

Consequências da guerra na Ucrânia para Amazônia

Postado em

Notícia comentada para RedPam 03.03.2022

Como diz um ditado, tudo está interligado, que para os sociólogos atuais esta interligação é fruto da globalização. Se de um lado a globalização trouxe coisas boas, como é a comunicação instantânea, por outro lado consequências prejudiciais são causadas por decisões em algum ponto do planeta. Assim, o desequilíbrio climático, causado por agressões às florestas, rios e uso intensivo de energia poluente. Assim também, a guerra atual na Ucrânia, mesmo localizada distante da Amazônia as consequências prejudiciais chegam até nossa região. Se as causas são do decadente império norte americano, com a submissa Europa de um lado, e de outro a prepotência de outro império militar da Rússia, nós pagamos alto preço.

No caso específico do Brasil, por termos um presidente genocida e psicopata; num momento crítico ele foi a Moscou, abraçou presidente Putin e declarou solidariedade à Rússia. Dois dias depois Putim mandou invadir a Ucrânia. O Presidente Biden reagiu com o brasileiro decadente, que depois, não sabia ficar contra a guerra.

Mas por conta dessa guerra, consequência mais grave chegará em breve para os povos da Amazônia e da pan amazônia. Apesar de o Brasil produzir suficiente petróleo, mas semi privatizou a Petrobrás então os preços dos combustíveis aumentam conforme o dólar e o preço do petróleo internacional. A Petrobrás já extrai petróleo no Estado do Amazonas e tem uma refinaria na cidade de Manaus, mas os combustíveis aumentam constantemente e mais agora por conta do bloqueio do império gringo ao império russo.

Ao mesmo tempo o Brasil exporta carne de gado e outros produtos para Rússia e importa fertilizantes para o agro negócio. Com o bloqueio de contas aos bancos russos pelos gringos, vai faltar fertilizantes para agricultura de exportação brasileira, inclusive as grandes plantações de soja na Amazônia, como também a exportação de carne vai sofrer por causa do bloqueio dos bancos russos.

Assim, no mundo globalizado, uma desgraça atingindo o povo ucraniano, repercute nos povos da Amazônia. Os poderosos fazem guerra e os pobres pagam o preço.