Mês: agosto 2022

Quem derramou lágrima pelo último Tanaru da Amazônia?

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Editorial para Rede Aparecida 31.08.2022

Que importância tem saber que mais um índio isolado morreu? Para um grileiro pode ser um alívio, para um deputado e um senador pode ser indiferente; mas para um ser humano com mínimo de consciência ética, é uma notícia mais que triste, é sinal de desumanidade de quem deveria respeitar e cuidar dos povos originários do Brasil, e de modo particular dos povos isolados. Com a solitária morte do indígena Tanaru em Rondônia se apaga mais uma página de nossa história nativa.

Calculam os estudiosos que antes da invasão dos portugueses em 1.500, havia em torno de 4 milhões de nativos na terra de Pindorama. Hoje o IBGE registra cerca de 900 mil filhos legítimos da mãe terra, maioria vivendo na Amazônia. Destes, 110 grupos são povos isolados, entre os quais estava o indígena Tanaru. Na pan-Amazônia existem mais de 145 povos indígenas isolados.

São povos isolados, que preferem viver do que a floresta e o rio oferecem e desconhecem os produtos enlatados e processados pela indústria dos supermercados. Porém mais do que isso, são povos invadidos, enxotados, mortos para dar espaço para grilagem de terras, exploração mineral e agronegócio.

Os povos isolados da Amazônia fogem dos contatos dos invasores, porque compreenderam que os extrativistas e as grandes empresas exploradoras de minérios, são hoje muito mais genocidas do que os primeiros portugueses que aqui chegaram. Sabem eles que os governantes e políticos são mais que omissos, são cumplice das sistemáticas matanças de povos originários. O racismo social é tão perverso quando o racismo étnico.

O recém falecido Tanaru, não era índio, era um amazônida, último representante de um povo que foi exterminado pela sanha do Estado brasileiro, dos perversos oportunistas invasores de terras públicas, mas também pela indiferença de todos brasileiros que não se preocupam com os pobres, os indígenas e nem chegam a derramar uma lágrima pela solitária morte do último Tanaru da Amazônia.

Importância da Associação de moradores para mediar a vida na cidade

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Importância da Associação de moradores e da Famcos

Palestra e debate de uma hora

Escola Júlia Passarinho proposta de Cleo Neves 27.08.2022 16 horas

  1. Numa democracia correta o povo administra a vida social por representantes eleitos honestos, competentes e com espírito público que se ocupam do bem comum

Infelizmente nosso país e município dentro dele carece desse tipo de servidores públicos. Funciona o oportunismo, o compadrio de interesses.

Como explicar que um prefeito decida sem consultar as organizações comunitárias, construir uma passarela em cima da praia do Maracanã? E asfaltar algumas ruas aqui e ali nos bairros em véspera de eleições, deixando bairros sem ruas em condição de tráfego, como Santarenzinho, Aeroporto Velho?

Como explicar o governador e prefeito construírem um centro de convenções lá próximo ao aeroporto, onde os pobres terão dificuldade de acesso? E o lixão do Perema recebendo 160 toneladas d elixo por dia a céu semi-aberto causando violência aos moradores de comunidades vizinhas, enquanto isso, o governante consegue recurso para embelezar a orla da cidade?

  • A importância da associação de moradores:
  • Fazer a mediação entre as necessidades dos bairros com o poder público;
  • Ser ferramenta de pressão social sobre os poderes governantes para atenderem as necessidades sociais do bem comum;
  • Cuidar do cumprimento do Plano Diretor do município
  • Valorizar o coletivo das associações via FAMCOS para fortalecer  o cuidado com a cidade, como lugar de convivência, onde o pedestre seja prioritário aos veículos e o saneamento básico (água potável, energia elétrica, esgotos, limpeza, etc) seja cumprido pelo poder público.
  • Fazer o poder público cumprir o ?? que cuida de calçadas livres para pedestres, arborização das ruas, limpeza urbana e campanha de educação dos moradores para a civilidade.
  • Associação de moradores: sua força e fragilidade:
  • Força – Ela é legal e se politizada tem força a levar os governantes a cumprir seu papel, escutando e atendendo as justas e urgentes necessidades dos cidadãos e cidadãs; Onde funciona uma boa associação de moradores com boa participação de moradores (ao menos um terço dos moradores), os políticos e governantes respeitam e atendem.
  • Para isso, há necessidade de motivação, sensibilização, paciência, campanhas, etc
  • Uma diretoria de associação deve ser um grupo unido e militante, que arregaça as mangas e vai à luta. Um grupo de “missionários” que fazem um trabalho por amor solidário.
  • Fragilidade – Duas causas pelo menos:
  • Uma, a falta de espírito solidário e coletivo dos moradores; e
  • A prática antidemocrática dos políticos e governantes.

Esses são dois gargalos que hoje em dia toda associação sofre. São duas pragas que já vem de muito tempo e só agravou hoje por causa do virus do individualismo que invade até a religião.

  • Possibilidade – “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Fazer militância numa associação de moradores não é para “cabra frouxo e molenga”. É necessário força de vontade, disciplina pessoal, espírito cidadão e até cristão de verdade, sabendo que vai bater em cabeças duras individualistas, que querem os direitos mas não abraçam os deveres cidadãos.
  • Mas é possível mudar as mentalidades com uma estratégia bem construída (objetivo, metas, metodologia de ação, avaliações constantes)  fazendo campanhas por busca de melhorias no bairro, etc.
  • Dou um testemunho pessoal de quando morei no Santarenzinho na década de 80. Faz tempo, mas crio ainda válido…contar.
  • Concluindo: que tal cantar de vez em quando nas reuniões alguns cantos como estes:
  • Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer…
  • Agora nos vamos à luta, o bairro que é nosso defender/ o bairro de todos moradores/ a luta pode ser difícil, mas vamos vencer… Já chega de tanto sofrer/ já chega de tanto esperar; a luta vai ser bem difícil, na lei ou na marra nós vamos vencer…

A importância da pauta ambiental para defesa do território

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Exposição do Edil na live MTV 30.08.2022 18.30

Os impactos socioambientais no rio Tapajós e suas relações políticas

  1. O planeta está gritando e alertando porque não suporta mais trata-lo com o objeto de uso e abuso, palco da ideologia do mercado. Basta lembrar aqui alguns dos gritos da mãe terra:  Secas na Europa, enchentes na Ásia, fogo na América do Norte, enchentes trágicas no Nordeste e sudeste do Brasil, etc. Só neste mês de agosto, o Instituto Nacional de pesquisas espaciais INPE registrou 3 mil 358 focos de calor em um dia.
  2. A Amazônia como epicentro da tragédia anunciada pelos cientistas: a. 180 mil quilômetros de floresta derrubada em 20 anos (2002 a 2022), 11 mil quilômetros no ano passado e 4.500 kms² nos últimos sete meses.

b. Destruição sem escrúpulos dos rios: hidroelétricas, garimpos, mineração (Alcoa, MRN, Serabi, Potássio, etc.). Poluição de garimpos ilegítimos; invasão dos portos graneleiros (logística do agronegócio), ferrogrão, grilagem de terras indígenas;

c. Nova fronteira agrícola a serviço da exportação de alimentos para o mercado internacional (gado, soja e milho);

d. Poderes públicos ignoram os impactos socio ambientais na Amazônia: esvaziam os órgãos de proteção; IBAMA. ICMBIO, FUNAI, Ceplac, secretarias estaduais. Congresso nacional nas mãos do agronegócio e falta de militância estratégica dos deputados e senadores, ditos populares, com raríssimas exceções.

       3. Consequências desse abandono público e privado:

            a. Chove na região em agosto, mas o calor chega a 36 graus;

            b. o Tapajós está envenado com lama e mercúrio, envenando peixes

               e gente; também complicando o tráfego no rio por causa dos

               comboios do agronegócio e das madeireiras;

            c. diminuição dos produtos da floresta em pé: castanha, piquiá,

               cumaru, andiroba, e árvores medicinais, e outras

            d. Ausência de Comitês da bacia hidrográfica para regular o uso das

               águas; fragilidade dos movimentos sociais e mais ainda dos

              políticos amazônidas.

  • Conclusão: A Amazônia está abandonada pelos poderes públicos e entregue nas mãos dos oportunistas. Mesmo existindo uma comissão ambiental no congresso, mas não tem visibilidade e certamente não tem força política para enfrentar a bancada do agronegócio e da mineração.

Parece que existe uma comissão da Amazônia, mas sem expressão política como tem a bancada do agronegócio, e da mineração e a da bala.

Também por parte da sociedade civil no território do Tapajós e Amazônia, somos ainda fracos e desunidos. Cada grupo luta por um foco específico, mas sem unidade diante dos problemas comuns. Não conseguimos ainda unir uma estratégia comum diante dos problemas comuns a todos.

Portanto, no dia 2 de outubro, precisamos fazer escolhas sérias para achar 5 candidatos/as que tenham histórico de luta e empenho na defesa do nosso território. Não basta alguém falar que se preocupa com à mudança climática, e que defende a Amazônia. Precisamos de deputados/as, senadores/as, governador, presidente que tenham compromisso histórico de luta em defesa dos povos indígenas, dos nossos rios, que tenham lutado contra hidroelétricas em nossos rios e são contra o uso d e venenos agrícolas e mineração na Amazônia.

Confesso que no recente debate de candidatos à presidência da república de domingo passado, não consegui identificar nenhum que tenha revelado real preocupação com essas questões ambientais. Um chegou a dizer que é totalmente a favor da privatização das empresas estatais, outra que defende a todo custo o agronegócio. Mesmo o candidato Lula, único que mencionou Amazônia para seu governo, fez uma defesa superficial.

Amazônia não fez parte do debate de candidatos à presidência

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Editorial RNA 29.08.2022

Para quem ainda está em dúvida quanto a candidato/a a presidente da república, faltando apenas 34 dias para a votação, ontem houve boa oportunidade para avaliação. Todos os e as candidatas estiveram frente a frente no debate promovido pela televisão. Foram duas horas de perguntas, respostas, debates, acusações, propostas de governo. Não se trata de saber quem ganhou e quem perdeu. Evidente que quem se explicou melhor, sobre questões nacionais e de proposta de governança, terá melhor avaliação dos e das telespectadoras.

Vale a pena se analisar especialmente um dia após o debate, uma questão muito séria para os povos da Amazônia. O enfrentamento das questões de defesa do meio ambiente, proteção da floresta Amazônica, defesa dos povos indígenas, entre outras questões ligadas à vida na Amazônia. O que se viu foi, que não foram tratadas, ou se foram mencionadas, foi superficialmente.

Tal ausência de propostas concretas de enfrentamento desses graves problemas que atingem nossa Casa Comum, deixa bastante dúvida sobre reais compromissos dos e das candidatas ao cargo mais importante da nação.

O que apareceu nas falas de alguns foi preocupante, pois insistiam em privatizar empresas estatais, como Petrobrás, Eletrobrás entre outras; outro tema que foi salientado no debate, e muito prejudicial ao meio ambiente, foi o grande apoio ao agronegócio, importante para a exportação de alimentos ao mercado internacional, mas altamente poluidor com venenos agrícolas especialmente na Amazônia.

Mas nenhum candidato/a deu importância eu seu programa de governo, caso seja eleito/a, para a exploração produtiva e de renda da floresta em pé. Aparentemente não dão valor ao cultivo dos produtos florestais, como a castanha, o açaí, a copaíba, andiroba e tantos produtos medicinais que podem ser fontes de renda aos moradores da Amazônia, desde que o poder público garanta assistência técnica e estímulo ao mercado de tais produtos.

Então se espera que nos próximos atos de campanha dos partidos, eles consigam clarear os e as eleitoras como pensam salvar a Amazônia e seus povos.

Não se pode lançar culpa no covid pela violência da juventude hoje

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Editorial Rede Aparecida 24.08.2022

Tudo indica que não se pode atribuir o estágio violento da juventude, apenas aos efeitos da pandemia do covid19. Se assim fosse em pouco tempo, quando a covid 19 passar a ser um virus ambulante mas sem pandemia, como hoje são a dengue entre outros, os jovens voltariam a ser como dantes. Tudo indica que o nó é mais embaixo da garganta.  Pode-se bem deduzir que a violência dos jovens já vinha acontecendo bem antes da pandemia e pode se buscar outras causas dessa nova quase pandemia de violência.

Quando nos últimos quatro anos, os jovens passaram a saber que o governo além de estimular uso de armas, e permitir a polícia matar com frequência criminosos e inocentes;

Quando se tem publicado cenas de violência doméstica, incluindo assassinatos de esposas e maridos, de filhos e país;

Mais grave ainda, talvez uma das principais causas de tanta violência da juventude, esteja num virus mais violento do que o covid19. Trata-se do virus do individualismo, que se manifesta tanto no egocentrismo, como no egoísmo puro. Vivemos uma época fluida, como explica o filósofo Zigmunt Bauman. Os adultos estimulam os jovens a pensarem e agirem  da seguinte forma: “Não te mete na minha vida, que eu não me meto na tua, sei o que estou fazendo”. Nesta sociedade líquida como explica Baumam, a violência é uma das consequências, assim como a neurose e o complexo de pânico que também atingem a juventude.

Portanto, não basta pais e professores atribuírem o aumento da violência na juventude à consequência apenas da pandemia do covid19. O gargalo é mais sério e precisa ser desatado com urgência por pais, professores e psicólogos. Afinal, a frequência da violência dos jovens é consequência de outro virus mais graves do que o covid.

Não podemos viver sem a política, mas podemos bloquear a politicagem

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Editorial RNA 22.08.2022

Papa Francisco na encíclica Fratelli Tutti, diz algo que tem muito a ver como momento político brasileiro. Disse: “muitos atualmente possuem uma má compreensão da política. E não se pode ignorar, que frequentemente por trás desse fato, estão erros, corrupção e a ineficiência de alguns políticos. A isto vem juntar-se as estratégias que visam enfraquecer a política, substituí-la pela economia. No entanto poderá a sociedade funcionar sem a política?”.

Essa é a questão muito séria nestes dias que antecedem as eleições de outubro, nos Estados da Amazônia e no País. Devido a tantos desvios de políticos desonestos e políticos que insistem em governar um Estado e o país inteiro a serviço de uma minoria de oportunistas enriquecidos; além disso, utilizam tantas falsas notícias para iludir os pobres que lutam angustiados por arranjar comida e saúde, que desacreditam da possibilidade de se ter vida digna no Brasil.

Um humilde senhor aposentado dizia; ”eu queria votar no fulano para presidente, mas agora não voto mais nele, pois li no watzap que ele é comunista. Já me disseram que é falsa notícia, mas em quem vou acreditar?”.

Como não viver sem a política? pois dela que se pode ter assistência à saúde, escolas boas para os filhos, água limpa em casa, energia elétrica e muitas necessidades. Então você  eleitora/or há um dever moral de preparar bem seus votos para o dia 2 de outubro: Primeiro, prestar atenção, analisar e marcar os candidatos mais honestos, competentes e que já defenderam antes os direitos dos pobres, trabalhadores a  nossa Amazônia. Tanto para deputados estaduais, federais, senadores e presidente da república. Quem nunca antes defendeu esses direitos riscar fora da lista. Outro dever ético é votar, não deixar em branco, nem anular e nem trocar voto por favores. Eleitor que faz isso, é culpado de políticos sujos serem eleitos ou reeleitos.

Votar consciente é dever moral de todo cidadão

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Análise política via Rádio Riomar – 22.08.2022

Bom dia ouvinte ligado na nossa Riomar. Quando é uma partida de futebol entre o Nacional fast Clube e o Princesa do Solimões, se compreende muito bem as torcidas de um e de outro apaixonadas. Mas quando se trata de eleições políticas, estaduais e nacionais não se pode simplesmente ter atitude apaixonada, ou mais séria ainda, fanática, sem observar com atenção quais candidatos merecem ser eleitos.

Mais exigente está a situação, nesta preparação para eleições em outubro. São tantas propagandas, tantas notícias falsas que exigem dos e das eleitoras um cuidado mais atento. Há candidatos apavorados por sentirem que não serão eleitos. Por isso, intensificam as notícias falsas. Acusam que um é mais religioso e outro é favorável ao aborto, um é comunista, outro é louco; de repente, candidato que no passado recente ainda apoiava garimpos e agrotóxicos nas plantações, se apresentam como defensores do meio ambiente. Assim por diante.

Você eleitor@ precisa saber que as eleições de outubro irão decidir se vamos ter democracia e defesa dos pobres, trabalhadores, indígenas e a Amazônia, ou se o Brasil vai continuar subindo preços dos combustíveis, do arroz, feijão e desemprego.

Participar nas eleições de outubro será um dever ético e moral para cada eleitor/a. Não dá para alguém votar em branco, ou anular seu voto; não dá para deixar de votar, porque já passou dos 65 anos, afinal, nesta idade  não deixou de ser cidadão. Quem se omite é corresponsável pelas desgraças que virão nos anos seguintes.

Você ouvinte amazonense, precisa ajudar eleger deputados estaduais, federais, senadores e governador, além do presidente. É sua responsabilidade analisar quem dos candidatos tem vida honesta, competente e já em anos anteriores defendeu os direitos dos trabalhadores, defendeu nossa Amazônia, tão violentada por grileiros, mineradores e outros destruidores do nosso bem viver.

Votar nas eleições de outubro é um dever moral de todas as pessoas com título de eleitor. Temos que definir se vamos ter democracia, ou miséria dos pobres mais quatro anos.

Povos indígenas em processo de extermínio intensificado no atual governo

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Editorial Rede Aparecida 18.08.2022

Não adianta a constituição brasileira afirmar de início que todo brasileiro tem direito à vida. Não adianta existir direitos sagrados dos povos indígenas na Constituição de 1988, como não adianta existir um Supremo Tribunal Federal adiando continuamente a solução para o famigerado Marco temporal.

Isto porque a ambição do capital, a falta de escrúpulos de empresários revela o racismo social criminoso, que tenta exterminar hoje 950 mil brasileiros, organizados em mais de 200 povos indígenas.

Se desde a invasão dos portugueses os legítimos moradores da terra Pindorama vêm sendo caçados, escravizados e mortos, nos últimos três anos e meio, chegou ao máximo ponto de violência aos povos nativos. O atual governo, desde que assumiu o cargo em 2019, decidiu montar estratégia para exterminar os indígenas. Para isso, esvaziou a FUNAI, decidiu não regulamentar nenhum território indígenas e chegou ao extremo de estimular a invasão das terras indígenas por grileiros, fazendeiros e garimpeiros.

Uma decisão consciente e perversa de violar direitos constitucionais. Um comportamento psicopata e racista em alto grau. Mas além dessa doença mental do presidente da república, ele foi acompanhado por assessores tão racistas quanto ele, os que foram nomeados presidentes da FUNAI, ministros de meio ambiente e semelhantes.

Não será surpresa se todos os eleitores indígenas repudiarem o candidato a reeleição, votando em outro candidato, como não será surpresa se o novo presidente a ser eleito em outubro, vier a condenar os criminosos de colarinho branco que tem assassinado, ou apoiado extermino de tantos brasileiros, pertencentes a povos originários. Inclusive elegendo deputados/as e senadores indígenas.

Ouro sai tranquilo por aeroportos clandestinos na Amazônia

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Editorial RNA 04.08.2022

Está ficando rotina se ouvir falar sobre destruição da Amazônia. Isto é muito muito mais perigoso, porque vai deixando as consciências amortecidas e diminuindo a resistência dos que ainda lutam pela defesa da Amazônia. Constantes são notícias sobre destruição de floresta, queimadas, grileiros, agrotóxicos;  vai se acomodando com aumento de calor, mosquitos, malária e outras desgraças.

Enquanto isso, a situação vai se agravando, nos últimos anos com o esvaziamento das leis ambientais e um governo inimigo dos povos da Amazônia. Até onde os 28 milhões de moradores dos nove Estados da região vão suportar de braços cruzados fingindo não ver?

Mais uma agressão sustenta a destruição do bioma amazônico. Ei resultado de uma rigorosa pesquisa sobre aeroportos clandestinos na Amazônia. Os pesquisadores do The interceptBr conferiram que “a Amazônia Legal possui 1.269 pistas clandestinas, número maior do que o de pistas registradas na região. Esse levantamento inédito faz parte do projeto Pistas da Destruição, pesquisado pelo referido site. A pesquisa constatou que: ”Do total, 362 pistas têm rastro de mineração perto. Dezenas estão em terras indígenas ou unidades de conservação, acelerando o desmatamento ilegal nessas áreas”.

O que tem a ver essas 362 pistas de pouso de avião em áreas de mineração e garimpos em praticamente todos os Estados da Amazônia? Como existem garimpeiros e donos de garimpo, certamente que apenas estes últimos tem como comprar, ou alugar um avião. Portanto, eles tem poder de voar o dia e hora que desejarem e seguir a rota que planejarem.

Então, outra pesquisa garante que o Brasil exportou mais de 60 toneladas de outro no ano passado e boa parte do ouro vendido era de garimpos ilegais na Amazônia.

Compreende-se que, além da madeira grilada, gado exportado e agronegócio da soja, a Amazônia está sendo saqueada pelo ouro extraído e transportado por centenas de aviões, que pousam em aeroportos clandestinos. Até quando as autoridades irão estancar essa destruição continuada?

Auxílio emergencial é compra de voto de famintos

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Análise política Riomar 15.08.2022

Bom dia ouvinte, diante do aumento para cerca de 35 milhões de famílias vivendo em fome, ou quase fome, qual a utilidade do atual auxílio emergencial criado pelo governo federal? vai aliviar o sofrimento das famílias carentes do mínimo para viver? Olhemos em Manaus, as filas que chegam nestes dias, diante da Caixa Econômica federal para receber a migalha de 600 reais. Manaus nesse sentido é um retrato do que está acontecendo em todas as cidades do Amazonas, da Amazônia e no Brasil.

Uma situação angustiante, quantas famílias estão ansiosas por receber aquela pouca quantia para  enganar a fome durante o mês alimentando os filhos, comprar o gás, pagar a tarifa de água e energia, sem falar nas outras necessidades urgentes. Os pesquisadores garantem que as famílias hoje, vivendo em extrema pobreza, são muito mais do que em 2010; naquele ano eram 16 milhões, hoje já passam de 30 milhões as que passam fome.

Aí vem a pergunta, por que o auxilia emergencial chega só agora em agosto e vai só até final de dezembro? Não há possibilidade em janeiro do próximo ano, os dependentes do auxílio emergencial, terem melhorado de vida. Então, se nem melhora a renda das famílias e se será apenas por seis meses, qual foi a finalidade do governo, de junto com os deputados e senadores aprovarem tal auxílio? Foi bondade deles? Foi solidariedade? Ou foi apenas para buscar apoio emergencial antes das eleições de outubro?

E se foi apenas para isso, merecem apoio os deputados e senadores e o presidente da república que inventaram essa ilusão de caridade? Se essa foi a finalidade deles é muita crueldade e merecem um julgamento muito rigoroso de sua parte, ouvinte. É um crime de abuso do sofrimento das famílias necessitadas e  deve receber um repúdio de todos os e as cidadãs que não admitem abuso de poder político para seus interesses próprios.